Entre Esquisitices e Beleza: Um Olhar Sobre o Autêntico
Costurando Histórias e Aprendizados
Sempre gostei de gente esquisita. Aquelas pessoas que não têm medo de viver as profundezas da vida, ou que até têm medo, mas pulam de qualquer jeito — gente que já encarou o abismo e teve o abismo olhando de volta. São essas pessoas que me fascinam, porque transformaram suas experiências mais sombrias em algo belo e significativo. Sobreviveram à dor, à loucura, às despedidas e emergiram com histórias que nos movem internamente e nos impulsionam para frente.
Essa gente esquisita já passou por situações que testaram seus limites e, ainda assim, encontraram beleza e profundidade dentro de si. Pessoas honestas, que vivem insanamente intensamente, não como espectadoras, mas como protagonistas de suas histórias. Elas transmutam suas experiências em arte, em conexão, em transformação.
Penso que essas pessoas, de alguma forma, vivem como artistas do próprio destino. Elas têm uma honestidade tão crua que chega a desconcertar, mas é esse desconforto que as torna profundamente humanas. Elas valorizam as imperfeições e aceitam o desgaste das coisas com o tempo. Elas não tentam disfarçar suas falhas, mas sim realçar a beleza das suas "cicatrizes". No fundo, todos carregamos nossas fissuras. A diferença está em quem encara suas rachaduras como parte do todo — como algo que pode refletir luz.
Enquanto reflito sobre o tema do autoconhecimento, percebo como ele é um trabalho artesanal, uma espécie de curadoria de fragmentos. Ele não nasce de certezas, mas da experiência. A qualidade do entendimento que temos das coisas — seja de um livro, de uma viagem ou de uma cerimônia — depende diretamente do nosso repertório comportamental aprendido. É isso que dá cor e beleza ao grande mosaico da vida. Nosso entendimento do mundo, afinal, só pode ser tão profundo quanto o repertório que carregamos.
E não, não é fácil. Estamos todos aprendendo, todos os dias. É como limpar as lentes pelas quais enxergamos a vida. Essas lentes, muitas vezes sujas por crenças que carregamos desde sempre, podem nos distorcer. Achamos que não somos bons o suficiente, que falhamos onde outros tiveram sucesso, que o caminho é para os outros, mas não para nós. Ficamos sem esperança no mundo, nas pessoas, na vida... Mas e se essas lentes puderem ser limpas? E se aprendermos a questionar as certezas que nos prendem?
A vida, percebo, é mais rica quando vivemos ao lado de pessoas que compartilham com generosidade, que se interessam por algo maior do que "eu" ou "você". Gente que se interessa pelo "nós". É nesse espaço de troca que o autoconhecimento floresce — quando não estamos apenas assistindo às experiências dos outros, mas mergulhando nas nossas próprias.
Uma pergunta para você: Qual é o abismo que você já enfrentou? Que fragmentos você trouxe de volta? Talvez seja hora de revisitar essas histórias e perceber que o mosaico está sempre em construção.
O autoconhecimento, afinal, não é sobre alcançar a perfeição ou objetivos, mas sobre viver plenamente. Sobre se permitir enxergar além das lentes sujas, além das crenças que nos limitam, e descobrir o mundo com novos olhos — os seus.
Se isso ressoa com você, compartilhe. Deixe um 💛 e ajude essa mensagem a alcançar quem também está limpando suas lentes. Obrigada por me acompanhar nessa jornada.
Com carinho,
Andressa
Convite: Esta semana, vou enviar para quem desejar um pequeno exercício de final de ano, com rituais que nos trazem de volta para casa. Uma oportunidade para encerrar o ano com um ponto final e começar a abrir nossas asas para o novo.
Serão 7 dias de movimento, mas você pode começar quando quiser. Se você quiser receber esse material, é só responder este mail dizendo "QUERO PARTICIPAR DOS 7 DIAS DE MOVIMENTAÇÃO". Se você estiver lendo pelo aplicativo do Substack, deixe um comentário manifestando seu interesse.
Sai pra lá, tava agorinha transformando minhas paranoia em arte hahahah mais legal que um esquisito é dois esquisito 💛
Que lindo texto, Andressa! Eu sinto porém que minha honestidade e esquisitice não são bem recebidas por aí, e acabo tendo de performar muitas vezes para caber. E eu quero receber o desafio dos 7 dias 💜